NADA SERÁ COMO ANTES




como vejo a vida em 23 de setembro de 2011



               Empurraram-me para água na intenção de me afogarem. A borda é escorregadia e eles continuarão ali para certificarem que não há salvação para mim. Ainda bem que sei nadar! Vou utilizar a borda para ganhar impulso e nadar para longe.



A única alternativa para viver é me afastar da borda (cristianismo) na direção oposta (não sei o que quero ser, mas sei o que não quero). Quanto mais tempo, mais longe. O futuro é imprevisível: posso me deparar com a mesma borda do outro lado, aí concluirei que estou numa piscina, cercado de todos os lados, que sou escravo da religião (da cosmovisão judaico-cristã) preso a uma caixa medíocre; ou, quem sabe, experimentar um oceano, que nunca atravessarei.



Na segunda hipótese, a mais excitante e desafiadora, poucas vezes encontrarei segurança e mesmo que haja o outro lado, nunca chegarei. Não importa o destino, mas a viagem. São milhões de possibilidades. Poderei me deparar com monstros marinhos, mas também com belas ilhas inexploradas: que não me conforte a nenhuma delas (como diz Nietzche: “As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras.”)!



Nada será como antes! Mas estou animado. Espero realmente nadar em um oceano. Não importa o destino, que importa é a liberdade, a falta de bitola. Quando não conseguir viver sem me apoiar em alguma borda estarei feliz, não pelo naufrágio e afogamento, mas por ter ido longe, onde poucos ousam ir.



Entendo que você queira ficar em segurança. Não posso oferecer isso a ninguém, e nem quero. E não adianta lançarem mão de qualquer tentativa de “resgate”, me recuso a aceitar. Quero nadar, quero ir para longe, quero viver sem fronteiras. A jornada da minha vida será solitária na maior parte, eu sei! Mas deixa te contar baixinho: será uma grande aventura!



Ser humano: Elderson Luciano Mezzomo

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